No início da década de1960, Lourival Góis retornou ao Rio
Grande do Norte, para trabalhar na cidade de Mossoró, precisamente na Rede
Ferroviária S/A (REFFSA). E, logo, passou a integrar o movimento sindical, como
também, articulou a reestruturação do PCB, atuando na clandestinidade. Em
consequência do golpe militar de 1964, Góis foi demitido da REFFSA. Ainda seguiu na militância
política, filiando-se ao Movimento Democrático Brasileiro e concorrendo a uma
cadeira na Câmara Municipal de Mossoró, nas eleições de 15 de novembro de 1966,
ficando na primeira suplência, chegando a assumir o cargo em razão de licença
de um dos titulares. Registre-se que era orientação do PCB que seus militantes,
naquele momento de ilegalidade, ingressassem no MDB
No entanto, com o recrudescimento da ditadura militar em
1968, Góis preferiu sair de Mossoró, onde seus companheiros de militância
estavam sendo presos, Seguiu para Roraima. Em Boa Vista, tornou-se comerciante,
residindo ali até 1979, quando resolveu regressar para Mossoró, considerando
que o momento político assim o permitia.
Em 1980, com o retorno pluripardarismo, Gois compões o grupo que articulou o surgimento do PMDB,
sucedâneo do MDB, no qual os comunistas ficariam abrigados até a legalização do
PCB, em 1985. Do ponto de vista profissional, em 1983, tornou-se servidor da
Câmara Municipal de Mossoró, exercendo a função de assessor da bancada
pemedebista.
Conforme se pode denotar de sua trajetória, sua inquietação
de militância sindical seguiu no serviço
público, tendo participado da fundação do Sindicato dos Servidores Públicos
Municipais de Mossoró, fundado no dia 17 de fevereiro de 1989. Tendo sido seu
primeiro presidente. Em 1988 foi candidato a vereador, pelo PCB, mas não
conseguiu êxito.
Desde a legalização do PCB, Góis participou de sua direção municipal
e, na qualidade de delegado, em 1991, seguiu para o Rio de Janeiro com intuito
de participar de um Congresso Nacional do Partido . Encerrado o Congresso,
viajou do Rio de Janeiro para São Paulo para visitar familiares. Com dois dias,
retornou ao Rio de Janeiro de onde pegaria o voo de regresso, porém, faleceu no
dia 11 de junho,
Sepultado no Rio de Janeiro, seus restos mortais somente seriam
traslados para o solo mossoroense, desejo de Dona Lourdes, sua viúva, dez anos
depois. E a viabilização do referido traslado, deu-se em consequência da publicação
e da venda de exemplares do livro
COMPANEHRO GÓIS – Dez Anos de Saúdes, Coleção Mossoroense, 2001.
Companheiro Góis, como era carinhosamente tratado, merecia
respeito dos militantes de esquerda por se tratar de um quadro exatamente
preparado. E essa sólida teoria, diga-se de passagem, foi conquista pelo fato
do mesmo ser leitor compulsivo, especialmente em torno de temas que envolvessem
política e economia. Em consequência, era frequentemente convidado para
palestras e debates, ocasiões em demonstravam enorme poder de argumentação.
Quando de seu falecimento, a Prefeitura de Mossoró resolveu prestar-lhe uma homenagem, colocando seu nome na Escola Municipal, erguida na comunidade rural de Arsisco (Texto cedido. De DAVID DE MEDEIROS LEIETE.
É patrono de uma rua na cidade de Mossoró
FONTE – LIVRO MEMORIAL DA CÂMARA MUNICIPAL DE MOSSORÓ, DE
RAIMUNDO SOARES DE BRITO, JOSÉ EDILSON DE A.G. SEGUNDO E ERIBERTO MONTEIRO